Depois de 30 aparições de tubarões em Balneário Camboriú, no Litoral Norte, de agosto a outubro, os animais deixaram de ser vistos na orla. No mês de novembro, segundo o professor Jules Soto, pesquisador e curador do Museu Oceanográfico Univali, não houve registros.
De acordo com o monitoramento feito pela instituição, as aparições de 30 tubarões ocorreram de 22 de agosto, quando chegou a draga usada na obra de alargamento da Praia Central, a outubro, quando o equipamento deixou de operar no local.
“Continuou o monitoramento com os pescadores, mas [os tubarões] praticamente desapareceram. Não teve nenhum registro neste último mês", afirmou Soto.
O professor explicou que os tubarões eram atraídos pela draga.
O biólogo André Neto também confirmou que não recebeu registro de aparições de tubarões em novembro. Ele e Soto já esperavam que os avistamentos reduziriam após o equipamento usado para alargar a faixa de areia ir embora.
“Cessaram os trabalhos de dragagem, cessou a questão da atração, não só de tubarões, mas de diversas outras espécies, muito provavelmente”, afirmou o professor Jules Soto.
Ele explicou por que a draga atraía os animais. “No momento em que tu crias um distúrbio no sedimento, tu levantas uma série de organismos, que para nós são praticamente microscópicos, mas que atraem animais um pouquinho maiores e assim por diante, mexendo com toda a teia alimentar. Por fim, os peixes maiores e, depois, os tubarões".
"É como tu lavrares a terra. Tu atrais uma série de animais. Na hora que o trator passa, já vem diversos animais, aves, répteis e etc, para comer aqueles animais que estavam escondidos no sedimento. É o mesmo princípio, só que dentro d’água isso acontece de uma forma muito mais intensa", completou o professor.
A Secretaria do Meio Ambiente de Balneário Camboriú também afirmou que não houve mais relatos de tubarões na cidade e que a única confirmação nos registros da prefeitura é o de um animal filmado no molhe da Barra Sul da Praia Central.
Aparições
Em outubro, um surfista relatou ter sentido o animal encostar nas costas dele, enquanto praticava o esporte na orla. Não houve ataque. Um mês antes, em setembro, outro tubarão com cerca de dois metros de comprimento foi visto nadando junto ao molhe da Barra Sul, onde ocorria a obra.
Espécies das aparições são agressivas?
Segundo especialistas e a própria prefeitura da cidade, os registros feitos na cidade se limitam as espécies como o tubarão-martelo-recortado (Sphyrna lewini), tubarão-mangona (Carcharias taurus), tubarão azul (Prionace glauca) que não são consideradas agressivas ao ser humano e são comuns na região.
Desde a década de 1960 há registro de aparições sem incidentes com tubarões, segundo a prefeitura.
Fotos com registro de tubarões em 1960 e 1950
1º Cláudio Fischer, morador da região, ao lado de um pescador segurando um tubarão martelo; registro da década de 1960 — Foto: Arquivo histórico de Balneário Camboriú/ Divulgação
2º Germano Corrêa na Praia de Camboriú, na década de 1950 — Foto: Arquivo Histórico de Balneário Camboriú/Divulgação
Balneabilidade
O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) informou que o mar está próprio para banho em 13 dos 15 pontos analisados. A água está imprópria na Barra Sul, na Praia Central, e na Lagoa de Taquaras. A atualização é de 29 de novembro. O mapa com todos os pontos analisados pode ser encontrado no site do IMA.
Fonte(s): G1-SC
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