A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), enviou nesta quarta-feira (29) à PGR (Procuradoria-geral da República) mais um pedido de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por suspeita de interferência na operação da PF (Polícia Federal) que prendeu, na semana passada, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
Agora caberá ao Procurador-geral da República, Augusto Aras, decidir se abre um inquérito para apurar a participação de Bolsonaro no caso. O envio dos autos à PGR é uma movimentação de praxe, já que o órgão é responsável por investigar autoridades com prerrogativa de foro no Supremo, como é o caso do presidente.
O pedido de investigação enviado hoje por Cármen Lúcia é assinado por sete senadores: Humberto Costa (PT-PE), Paulo Paim (PT-RS), Fabiano Contarato (PT-ES), Jean Paul Prates (PT-RN), Paulo Rocha (PT-PA), Jaques Wagner (PT-BA) e Zenaide Maia (PROS-RN). Os parlamentares destacam os áudios interceptados pela PF (Polícia Federal) em que Bolsonaro é citado por Ribeiro.
Em uma conversa com a filha, que veio a público na última sexta, Ribeiro afirma que Bolsonaro estava "com um pressentimento" de que o ex-ministro seria alvo de uma operação de busca e apreensão. Ribeiro chegou a ser preso, mas foi solto já no dia seguinte por ordem do desembargador Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional da 1ª Região).
CPI do MEC
A oposição a Bolsonaro no Congresso avançou hoje na tentativa de criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre as suspeitas de corrupção no Ministério da Educação. Com 31 assinaturas, quatro a mais que o mínimo necessário, o pedido de criação do colegiado foi levado hoje ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Pacheco, que tem sofrido pressão de parlamentares governistas para não instalar a CPI antes das eleições, afirmou hoje aos colegas que analisará o pedido na próxima terça-feira (5). O senador Randolfe Rodrigues, que tenta instalar a comissão desde março, afirmou estar convencido de que Pacheco aceitará o pedido.
Ribeiro, que é investigado pela PF, é suspeito de ter facilitado a atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura como lobistas na pasta. Prefeitos já ouvidos pelo Senado afirmam que os pastores cobravam propina, inclusive em ouro, para facilitar a liberação de verbas do MEC aos municípios.
Fonte(s): NSC
Comentários