Santa Catarina passou a ter 31 municípios a menos na versão recém-lançada do mapa do turismo brasileiro, iniciativa do governo federal que ajudar a definir os investimentos da União e a promoção de políticas públicas nas regiões turísticas do país.
Na versão lançada na última semana, o Estado conta com 146 cidades mapeadas, que precisam atender a uma série de critérios ligados ao setor turístico para serem incluídas — na publicação anterior, de 2019, eram 177.
A nova versão do mapa traz ao menos um alento: municípios que tentaram ser inclusos mas ficaram de fora não precisarão mais esperar dois anos por uma nova tentativa. Agora vão haver janelas ao longo do ano todo para que as cidades possam atualizar suas informações de cadastro e, se aprovadas, entrar no mapa em até 45 dias.
Nesta primeira etapa do programa, 66 municípios catarinenses que se mostraram interessados acabaram não sendo contemplados, o que inclui, entre as 10 maiores do Estado, Lages e Palhoça.
No primeiro caso, a prefeitura local afirma que sua ausência no mapa se deve a um erro no sistema do Ministério do Turismo, que, por sua vez, contraria essa versão.
A pasta federal diz que o sistema acolheu o cadastro do município e que, apesar disso, as informações dele ainda precisam ser homologadas pelo órgão oficial de turismo no estado — no caso, a Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina (Santur) — antes que ele possa ser integrado ao mapa.
Até esta publicação, a Santur não respondeu ao contato da reportagem, que questionou sobre a situação de Lages e também sobre o desempenho geral do Estado no mapa.
Já a gestão palhocense afirmou que o Conselho Municipal de Turismo (Comtur) local ainda não tomou posse e teve atividades paralisadas durante a pandemia. A entrada no mapa do turismo exige, entre outros critérios, a comprovação de um conselho ativo. O município afirmou aguardar nova janela de cadastro para atualizar suas informações.
Ainda entre as cidades mais populosas, Blumenau, Chapecó, Florianópolis, Jaraguá do Sul, Joinville e Itajaí foram mantidas no mapa, e Criciúma passou a fazer parte.
Já São José não tentou entrada, segundo relatório do Ministério do Turismo — a reportagem também fez contato com a prefeitura local, mas não ainda obteve retorno até a publicação da matéria.
Municípios menores mas reconhecidamente dependentes do setor também acabaram não contemplados, como são os casos de Bom Jardim da Serra e Urubici, que acolhem turistas que partem do Litoral para o Planalto e chegam pelas serras do Rio do Rastro e do Corvo Branco, respectivamente.
À reportagem, as gestões dos dois municípios afirmaram deter os pré-requisitos para serem contemplados, mas terem tido contratempos no processo de inscrição.
Autoridades do turismo em Bom Jardim da Serra narraram problema parecido ao de Palhoça: o Comtur local teve atraso na eleição de sua nova diretoria e, ao trocar reuniões presenciais por online em meio à pandemia, deixou de preencher atas, documentos que atestam formalmente o funcionamento dele.
Ainda assim, o município espera ser incluído no mapa em um futuro breve, como também é o caso de Urubici, que, segundo a secretária de Turismo local, Marinês Walkowski, teve problemas com um sistema utilizado pela prefeitura para a geração de relatórios tributários, também exigidos pela iniciativa do governo federal.
A secretária afirma já ter em mãos agora todos os documentos necessários — que ficaram mais numerosos com as atuais exigências do Ministério do Turismo, segundo ela — e ter recebido uma estimativa de 45 dias para poder atualizar as informações.
O mapa divide os municípios contemplados em cinco categorias, de acordo com o grau de importância do turismo na economia local. Isso envolve números de hospedagens, de empregos que elas geram, de turistas acolhidos e dos valores da arrecadação federal com impostos.
Santa Catarina se manteve, em relação ao mapa anterior, com cinco cidades na primeira delas, chamada de categoria A. Tratam-se de Balneário Camboriú, Bombinhas, Florianópolis, Joinville e Itapema. O governo federal também manteve a divisão do Estado em 13 regiões turísticas.
Em todas as demais categorias, de B a E, Santa Catarina perdeu participantes. A nível nacional, também houve perdas. Agora são 2.542 cidades de 322 regiões turísticas — no mapa consolidado anterior, esses números estavam em 2.694 e 333, respectivamente.
Confira os 66 municípios que não foram aceitos no mapa
- Anita Garibaldi
- Antônio Carlos
- Apiúna
- Barra Bonita
- Belmonte
- Benedito Novo
- Bocaina do Sul
- Bom Jardim da Serra
- Bom Retiro
- Botuverá
- Brusque
- Campo Alegre
- Campos Novos
- Corupá
- Cunha Porã
- Curitibanos
- Descanso
- Doutor Pedrinho
- Ermo
- Gaspar
- Governador Celso Ramos
- Guaraciaba
- Guarujá do Sul
- Ibicaré
- Ilhota
- Iporã do Oeste
- Iraceminha
- Itapiranga
- Jacinto Machado
- José Boiteux
- Lacerdópolis
- Lages
- Luiz Alves
- Major Vieira
- Maracajá
- Mondaí
- Paial
- Palhoça
- Palmeira
- Palmitos
- Passos Maia
- Pedras Grandes
- Penha
- Planalto Alegre
- Pomerode
- Pouso Redondo
- Presidente Nereu
- Rancho Queimado
- Rio Rufino
- Rodeio
- Santa Helena
- São Bento do Sul
- São Francisco do Sul
- São João Batista
- São José do Cedro
- São José do Cerrito
- São Lourenço do Oeste
- São Miguel do Oeste
- Siderópolis
- Timbé do Sul
- Timbó
- Trombudo Central
- União do Oeste
- Urubici
- Urupema
- Vargem
Fonte(s): NSC
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