Santa Catarina alcançou 70% da população completamente vacinada contra Covid-19 nesta quinta-feira (9). Os dados são do Painel do Coronavírus do NSC Total, atualizado com base nas informações do Governo do Estado.
O percentual supera a média nacional, que é de 65% dos brasileiros completamente imunizados, e representa mais de 5 milhões de catarinenses que receberam duas doses ou a dose única. Quase 80% da população do Estado tomou a primeira dose contra o coronavírus.
Em setembro, o governo de SC havia estabelecido 70% de imunizados como meta e condição para a flexibilização de medidas restritivas contra a Covid-19 no estado, como o uso de máscaras. Com a chegada da variante Ômicron, esse relaxamento deve ser repensado, afirma a infectologista Carolina Ponzi.
Segundo a médica, em um cenário sem a nova variante, relaxar as medidas de restrições poderia acontecer de maneira mais segura. Conforme ela, a vacinação não é o único fator que importa para um retorno à normalidade, já que o que preocupa é não saber até que ponto a vacina pode barrar o avanço da nova variante.
— Se não fosse a variante Ômicron, eu acredito que a gente estivesse mais tranquilo no sentido de relaxar medidas progressivamente. Então, tem que segurar mais — defende a médica.
Mas a infectologista explica que a nova variante possui muitas variações da proteína spike do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19. Isso gera suspeitas de que a vacina possa não proteger as pessoas contra a nova forma da doença.
No final de novembro, o Governo de Santa Catarina liberou o uso de máscaras em ambientes abertos. Diante da ameaça de uma nova variante, o Estado estabeleceu novas regras para eventos ao ar livre.
Quando Santa Catarina atingiu o número de 20 mil mortos pela Covid-19, em 1 de dezembro, o superintendente de Vigilância em Saúde do Estado, Eduardo Macário, afirmou que até 15 de janeiro de 2022 o governo espera que, assim como a infectologista, perguntas sobre a nova variante Ômicron sejam respondidas para que os protocolos atuais sejam revisados.
Na ocasião, Macário disse que o mundo vive hoje um "dilema sanitário", que pode ser melhorado com imunização coletiva.
— As medidas de distanciamento são eficientes, mas causam um quadro de estresse social e cansaço. Elas são muito comportamentais, então, tem esse dilema sanitário. Mas com a vacina, a Covid-19 deixou de ser uma pandemia, uma doença desconhecida, para se tornar uma doença imunoprevinível — falou.
No entanto, para a infectologista, nem mesmo a flexibilização do uso de máscaras ao ar livre, sem aglomeração, é recomendada.
— Culturalmente, a gente sabe que o bom senso às vezes é difícil, a questão do relaxamento pode trazer a impressão que a coisa relaxou mesmo, impressão de falsa normalidade. Então, a gente vê com muita preocupação essa questão — explica.
Fonte(s): nsc
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