O aplicativo de mensagens Telegram foi criado em 2013, na Rússia, pelos irmãos Nikolai e Pavel Durov, que também criaram a rede social VKontakte, conhecido por VK, no popular, o “Facebook Russo”.
O Telegram foi retirado do ar temporariamente no Brasil na noite de quarta-feira (26). A medida foi estipulada pela Justiça Federal do Espírito Santo, após o aplicativo ter descumprido uma determinação judicial que obrigava o fornecimento de dados à Polícia Federal sobre grupos nazistas e neonazistas que atuam no país. Além da suspensão temporária, a Justiça multou a plataforma em R$ 1 milhão por dia de descumprimento da determinação.
O pedido de fornecimento de dados do Telegram à Polícia Federal aconteceu depois do ataque em duas escolas no Espírito Santo, em 2022, que deixou quatro mortos. As investigações apontaram que o agressor teria ligações com grupos extremistas, inclusive nazistas, pois carregava uma suástica na roupa que usou no atentado.
Na sexta-feira (21), a empresa chegou a entregar parte dos dados, mas não forneceu os contatos dos participantes de grupos com conteúdo nazista – cumprindo, assim, apenas parte da determinação judicial. As informações auxiliariam a corporação a entender se as mensagens divulgadas nos canais teriam influência no crime.
Em quase 10 anos de existência, o aplicativo se tornou um dos mais populares e usados no planeta, com mais de 500 milhões de usuários.
O Telegram ganhou a cena na Guerra da Ucrânia, que tem sido usado pelos canais oficiais do governo ucraniano e pelos próprios nativos para trocar informações sobre a guerra.
Além disso, a ferramenta também foi usada pelos russos para burlar a censura dos meios de comunicação, promovida pelo governo do presidente Vladimir Putin.
No Brasil, o aplicativo conquistou espaço após as panes que o WhatsApp sofreu. Em outubro de 2021, o Telegram obteve mais de 70 milhões de usuários por causa das falhas de seu concorrente.
O Telegram diz que tem o propósito de proteger a liberdade e a privacidade dos usuários que trocassem mensagens através do aplicativo.
Comunidades com grupos de 200 mil pessoas e canais
Ele permite a criação de grupos com 200 mil pessoas. Com isso, tornou-se uma plataforma semelhante a uma rede social, pois o aplicativo tem canais de conteúdo específico para os usuários trocarem ideias.
O WhatsApp está correndo atrás, criando inovações semelhantes, como grupos e comunidades que possam comportar mais membros.
O Telegram pode ser acessado tanto no computador, tablet, como no smartphone. A ferramenta também permite o agendamento de envio de mensagens e busca de pessoas próximas para se comunicar.
Telegram promete segurança criptografada
O aplicativo também se destaca pelas questões de segurança, porém, ele tem a criptografia de mensagens diferente do seu principal concorrente, WhatsApp.
No Telegram, as mensagens são criptografadas na conexão com os servidores da empresa, e as conversas comuns não são criptografadas no ponta a ponta.
No WhatsApp a criptografia é do tipo ponta a ponta — as mensagens ficam embaralhadas pela criptografia e só podem ser lidas por quem faz parte da conversa.
O Telegram permite esse tipo de camada de segurança no modo “chats secretos”, que pode ser alterado de forma manual.
Aplicativo promete privacidade aos usuários
Segundo a empresa, todas as conversas do Telegram ficam guardadas nos servidores da companhia de forma criptografada.
A empresa garante que não há riscos para invasão dos dados e que não usam as informações, não enviam dados para redes de anúncios digitais, para lucrar com a publicidade.
O aplicativo também promete que não compartilha dados com terceiros, mas a tecnologia, como qualquer outra pode ser vulnerável a falhas que possam ser descobertas ou invasões cibernéticas
Fonte(s): SCC
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