O relatório com a apuração preliminar sobre o gesto feito em um ato em São Miguel do Oeste, no Oeste catarinense, chegou à 40ª Promotoria de Justiça de Florianópolis no final da tarde desta quinta-feira (3), informou o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A investigação sobre se o gesto pode ser uma saudação nazista continua, conforme o órgão.
Inicialmente, o Grupo de Atuação no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) apontou que não houve intenção de apologia ao nazismo. O gesto foi feito em um ato antidemocrático na quarta (2).
A 40ª Promotoria de Justiça da Capital é especializada no combate aos crimes de racismo, ódio, intolerância, preconceito e discriminação, com atribuição estadual.
O Gaeco entendeu que não há evidências de prática de crime "embora a atitude ser absolutamente incompatível com o respeito exigido durante a execução do hino nacional". O órgão identificou manifestantes, analisou imagens e ouviu testemunhas.
De acordo com o que foi apurado preliminarmente, o gesto foi feito pelos manifestantes após serem conclamados pelo locutor do evento, empresário local, a estenderem a mão sobre o ombro da pessoa a sua frente ou, se não houvesse, para que estendessem o braço, a fim de "emanar energias positivas".
Embaixada de Israel repudia episódios de ódio
A Embaixada de Israel no Brasil publicou nota onde repudia episódios de ódio com referências nazistas no país e cobra autoridades para evitar os atos, classificados como "ultrajantes". A entidade se pronunciou citando o ato antidemocrático ocorrido em Santa Catarina onde gestos similares a uma saudação nazista foram repetidos por centenas de manifestantes que protestavam pelo resultado das eleições.
"Rejeitamos qualquer forma de referências nazistas no Brasil e em geral. Estamos preocupados com esse fenômeno aqui e contamos com as autoridades competentes para que tomem as providências necessárias para acabar com esse tipo de atos ultrajantes", diz o comunicado oficial.
Vídeos em redes sociais mostraram as pessoas em frente a uma base do Exército em São Miguel do Oeste, próximo da fronteira catarinense com a Argentina, repetindo o que seria o "Sieg Heil", uma espécie de reverência que consiste em estender a mão.
Atos nazistas
Além do caso suspeito em São Miguel do Oeste, Santa Catarina registrou episódios recentes de apologia ao nazismo. Nesta quarta-feira (3), uma carta com conteúdo de ódio endereçada ao Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi encaminhada à Polícia Civil.
No texto, o grupo prega ódio contra gays, feministas, negros, gordas e "amarelos" [asiáticos], e diz que a polícia não o intimida.
"Nós iremos destruir todos vocês. A gente está cada vez maior. A gente está ao seu lado, na sua frente", diz parte da carta, assinada com a abreviação SS, que representa o exército nazista na Segunda Guerra Mundial.
Uma célula neonazista identificada dentro da UFSC é investigada pela polícia é apontada como responsável por outros atos, recentes, relembre:
As ações na UFSC acontecem após a prisão de quatro estudantes da universidade de integrar a célula nazista. O caso foi revelado pelo Fantástico em 23 de setembro e o inquérito policial segue em sigilo.
Fonte(s): g1-sc
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