A eliminação precoce na Copa do Mundo do Catar encerrou a passagem de Tite pela seleção brasileira. O técnico anunciou a saída após a derrota nos pênaltis para a Croácia, nas quartas de final, e abriu caminho para a chegada de um novo profissional depois de seis anos no comando.
O sucessor de Tite será escolhido por Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e ainda é um mistério. Há a possibilidade da busca se estender também ao cargo de coordenador, pois Juninho Paulista deve deixar a função, de acordo com o ge.
A lista dos cotados é grande e reúne nomes do país, como Cuca (sem clube), Mano Menezes (Internacional), Fernando Diniz (Fluminense), Dorival Júnior (sem clube) e Renato Gaúcho (Grêmio) e também os estrangeiros Abel Ferreira (Palmeiras), Carlo Ancelotti (Real Madrid), José Mourinho (Roma) e Pep Guardiola (Manchester City).
Confira abaixo a opinião dos comentaristas da NSC sobre o perfil do novo treinador da Seleção.
Chico Lins
Carlo Ancelotti é técnico de Vinicius Jr. no Real Madrid (Foto: Pierre Philippe Marcou/AFP)
– O Brasil não vence uma Copa do Mundo desde 2002. Em 2026, completará 24 sem o maior título do futebol mundial. Neste período, tivemos um perfil de técnico bem parecido. Parreira, Dunga, Felipão e Tite, nas duas últimas edições. O melhor resultado foi uma semifinal em 2014, aquela que lembramos até hoje e desconfio que lembraremos durante muitos anos: a derrota de 7 a 1 para a Alemanha. Chegou o momento de tentar algo diferente. Um técnico estrangeiro – assim como aconteceu com a chegada nos clubes brasileiros – traria ar fresco para a Seleção, mesmo que o escolhido não seja propriamente um jovem. Discutir nosso futebol, com um olhar de fora para dentro, é essencial para voltarmos a crescer e sermos de novo uma equipe protagonista nos grandes torneios. Ancelotti, Mourinho, Guardiola ou os "brasileiros" Abel Ferreira e Jorge Jesus podem ajudar muito neste processo. Se Tite, que é o nosso melhor técnico dos últimos anos, não conseguiu resgatar a força do Brasil, porque não tentar um outro caminho? Dos nomes ventilados, simpatizo por Carlo Ancelotti. Quatro títulos da Champions League, campeão das cinco ligas mais importantes do mundo e em final de contrato com o Real Madrid, clube de Vinícius Jr., Rodrygo e, possivelmente, Endrick. E, talvez, seja o que mais se interesse por um possível convite.
Jéssica Cescon
Guardiola está no comando do Manchester City (Foto: Sascha Schuermann/AFP)
– A escolha do novo técnico da Seleção deve garantir alguns pré-requisitos necessários se o foco é – e sempre é – ser campeã mundial. Ser eliminada cinco vezes seguidas por europeus tem um significado enorme que, na minha opinião, diz respeito à cultura do futebol praticado. Aquele 7 a 1 doído para a Alemanha também teve sua importância e nos impulsionou para uma Seleção mais preparada taticamente e dedicada a outros vértices do futebol: para além do talento técnico. Mas essa evolução ainda não foi suficiente, não está completa. A eliminação de 2022 mostra isso. No Brasil, não vejo ninguém preparado para entregar tudo que uma seleção do topo do mundo precisa, principalmente pensando no aspecto tático, com exceção de Abel Ferreira, que não é brasileiro. E, seguindo esse raciocínio, já que superamos a barreira da nacionalidade, vem o mercado do exterior. Lá, sim, tem alguns bem preparados. Carlo Ancelotti, Pep Guardiola e, quem sabe, Luiz Enrique seriam os top 3 da minha lista.
Rodrigo Faraco
Abel Ferreira é multicampeão no Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
– É uma questão de méritos. A escolha do técnico da Seleção Brasileira precisa obedecer critérios parecidos com o conceito das convocações dos jogadores. Os melhores têm que ser chamados. O melhor técnico no futebol brasileiro nas últimas três temporadas é o português Abel Ferreira. E, mesmo que o estilo de jogo dele seja um pouco diferente do estilo histórico da Seleção, agora é hora de pensar em vencer. A Seleção precisa vencer. Abel venceu em copas e nos pontos corridos. É um estrategista e já conhece muito bem o futebol e os jogadores brasileiros.
Fonte(s): NSC
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