Em uma operação conjunta das polícias do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, estão sendo cumpridos na manhã desta quarta-feira (17), 11 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão contra uma quadrilha gaúcha. O grupo aplicou o "golpe dos nudes" em mais de 30 vítimas no Estado vizinho de SC, com um prejuízo estimado de R$ 2 milhões. Uma das pessoas lesadas chegou a perder R$ 250 mil e outra, após descobrir que caiu no golpe, tirou a própria vida. Em vários casos houve até ameaças de morte.
Até às 8h, quatro suspeitos foram presos e outros cinco mandados de prisão foram cumpridos em penitenciárias, de onde agia parte do grupo.
A investigação iniciou pela Divisão de Investigações Criminais da cidade de São Bento do Sul, no norte catarinense, distante cerca de 80 quilômetros de Joinville. As ações ocorrem nas cidades de Cachoeirinha, Charqueadas, Montenegro, Novo Hamburgo e Porto Alegre. Em uma casa em Cachoeirinha, os policiais encontraram dinheiro escondido dentro de um ursinho de pelúcia. O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) gaúcho e a 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo auxiliam na operação.
O titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos do Deic, delegado André Anicet, destaca que, como de praxe, os golpistas usavam, inclusive, nomes de delegados para os crimes de extorsão por meio eletrônico. O inquérito policial foi instaurado a partir da notícia de que uma vítima catarinense teria depositado cerca de R$ 70 mil para os criminosos, mediante várias ameaças.
— A organização criminosa auferia lucros milionários com os golpes, chegando a extorquir uma das vítimas em R$ 250 mil — explica Anicet.
Apesar de se estimar um prejuízo de cerca de R$ 2 milhões, a investigação só vai ter o valor concreto que as vítimas perderam após análise mais detalhada da movimentação financeira dos suspeitos, principalmente porque eles se valiam de vários laranjas para lavagem de dinheiro. Nomes dos presos não foram divulgados até o momento.
O que é o Golpe dos Nudes?
O golpe dos nudes ocorre quando uma pessoa finge ser uma adolescente e mantém contato com homens mais velhos para trocar imagens íntimas, simulando depois acionar pais e a polícia para exigir dinheiro, com o objetivo de não expor a situação para familiares da vítima ou até mesmo não iniciar uma suposta investigação policial.
Anicet destaca que a trama dos criminosos perante as vítimas é bastante orquestrada, sendo que alguns integrantes atuam como falsos pais da suposta adolescente e outros como falsos advogados da família ou policiais, tudo para fazer com que a vítima desembolse dinheiro para realização de um prometido acordo.
Para transmitir credibilidade às exigências e causar pânico nas vítimas, os criminosos chegam a montar falsas delegacias de polícia, onde fazem imagens internas simulando a tramitação de investigações e até a expedição de supostos mandados de prisão.
Fonte(s): GaúchaZH
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