Mais de 8.700 estudantes abandonaram as aulas neste ano, de um total de 688.684 matriculados em 2020 em todos os níveis nas redes municipais. A pesquisa inédita realizada nos 295 municípios catarinenses em outubro, mostrou os números de evasão e abandono escolar de estudantes desde o ensino básico ao médio, além dos da educação de jovens e adultos (EJA), durante a pandemia em relação às matrículas efetivadas no início de 2020. O levantamento foi apresentado pelo auditor fiscal do Tribunal de Contas de Santa Catarina, Paulo Douglas Tefili, durante a reunião do Grupo de Trabalho (GT) da Comissão em Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente da Alesc, presidida pela deputada Marlene Fengler (PSD).
A pesquisa revelou que 11,8% dos alunos do ensino médio abandonaram as aulas, além de 9% no EJA e 3,8% nas creches. Em números absolutos, porém, o abandono nas creches atingiu 2.261 crianças, quase três vezes mais do que a soma de evadidos do ensino médio e do EJA, de 823.
Além dos números de evasão e abandono, o levantamento indicou quantos e quais municípios estão realizando busca ativa para identificar se os alunos evadidos se transferiram para a rede estadual ou privada ou se realmente abandonaram os estudos. Outro aspecto abordado na pesquisa busca identificar o retorno total das atividades presenciais e as ações desenvolvidas pelos gestores para recuperar as perdas de aprendizagem. Dos 295 municípios, em 199 os estudantes estão tendo recuperação no contraturno e em apenas 25 foi informado que o reforço ainda está sendo oferecido na modalidade virtual. E em 244 as aulas estão sendo presenciais em todas as escolas.
Ao comentar os dados, a deputada Marlene Fengler ressalta a importância do diagnóstico. “A pesquisa aponta para uma situação grave, mas ao mesmo tempo serve de base para ações efetivas no resgate aos estudantes evadidos e na recuperação da aprendizagem. E durante a reunião também ficou acertado que a Secretaria de Estado da Educação vai apresentar um levantamento sobre a evasão e abandono registrados na rede pública de ensino desde 2020, e também as ações desenvolvidas para conter e reverter a situação”.
Fonte(s): RCO
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