Foi condenado a mais de 40 anos de prisão o homem de 43 anos que matou a própria filha, Géssica Tizon, 21, em Rodeio, no Vale do Itajaí. O júri popular ocorreu nesta terça-feira (23), pouco mais de um ano depois do crime que chocou a pacata cidade acontecer. Durante o ataque, o homem feriu também a esposa, o cunhado e os sogros.
Claudinei Tizon foi condenado a 43 anos de prisão por homicídio qualificado e tentativas, no caso de três das outras quatro pessoas que feriu (a mãe de Géssica, o tio e a avó). A lesão feita no avô da garota não foi considerada tentativa de assassinato. Ainda conforme documentado no processo, os jurados entenderam que ele cometeu feminicídio contra a filha por motivo fútil e com dificuldade de defesa da vítima.
Naquele dia, em abril de 2021, ele invadiu a casa dos ex-sogros ao notar que a esposa havia ido embora com os dois filhos mais novos. Ela estava na casa dos pais com os dois, a filha mais velha, Géssica, e um irmão. Exceto os menores, todos foram esfaqueados pelo homem.
Na vizinhança, o crime espantou não só pela crueldade como também por ninguém nunca ter notado qualquer problema entre os pais de Géssica. Morando há mais de 20 anos no mesmo lugar, as referências sempre foram as melhores.
Dentro do lar, porém, as ameaças de morte do marido amedrontavam tanto que a mãe de Géssica pediu medida protetiva contra ele na tarde daquela segunda-feira, dia do assassinato. Depois, pegou os pertences acompanhada da PM e foi para o imóvel vizinho, onde residiam os avós de Géssica.
A jovem já nem morava mais no imóvel com os pais e vivia em Gaspar. Quando soube da separação e da solicitação que a mãe fez à Justiça, saiu do trabalho em Timbó e foi direto para a casa dos avós.
À época, o tio-avô de Géssica contou que enquanto todos estavam no imóvel o autor do crime arrebentou a cerca e entrou no local com uma arma e faca. Ele chegou a fazer alguns disparos com um rifle calibre 22. O idoso conseguiu arrancar a espingarda das mãos do invasor, mas não pôde impedir o ataque com a faca.
Géssica teria morrido ao tentar proteger a mãe.
Depois de cometer o crime, o homem correu para casa, que ficava na vizinhança. Quando a PM entrou, encontrou marcas de sangue. Claudinei foi encontrado em uma área de mata atrás da residência, caído em um córrego com cortes no pulso, pés e barriga.
Os ferimentos que causou em si mesmo não foram graves e, depois do atendimento médico, foi levado ao Presídio Regional de Blumenau para aguardar o julgamento. Agora, permanece no local para cumprir a pena. A defesa pode recorrer em nova instância.
Contraponto
O advogado Paulo Voltolini, que representa Claudinei, declarou à NSC TV que, caso a defesa entre com um recurso, será para contestar o tamanho da pena. Voltolini argumenta que Claudinei é réu primário e não desejava matar os demais familiares, por isso merecia uma pena menor. O defensor explica, porém, que o escritório ainda avalia se questionará ou não o resultado.
Fonte(s): nsc
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