A Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Foz do Rio Itajaí e Planalto Norte apresentam desde o início da semana 100% de ocupação. O Sul, Extremo-Oeste, Oeste e Serra estão com 92%, 90% e 93% dos leitos lotados, respectivamente. A utilização das UTIs neonatais é feita por recém-nascidos que possuem questões de saúde antes ou após o nascimento.

As UTIs pediátricas, que atendem crianças com mais de 30 dias de vida, também expressam situação similar. A Grande Florianópolis e o Oeste estão com todas as unidades intensivas neonatais superlotadas (com 100% de ocupação), enquanto o Sul tem 90% de ocupação nestas alas. As outras regiões apresentam cerca de 70% das alas sem disponibilidade de novos pacientes.

Conforme a Secretaria do Estado da Saúde, houve aumento no número de casos de doenças infecciosas virais, como dengue e doenças respiratórias, no caso das crianças. Com isso, as instituições de saúde se organizam agora para atender a grande demanda, que tem parte dela vista como "baixa prioridade", conforme informou o órgão em nota. Por isso, SC se organiza para direcionar atendimentos também para Unidades Básicas de Saúde e UPAs.

A SES informou em nota que renovou contratos com sete unidades hospitalares no início de março e deve abrir novos 10 leitos de UTI neonatal no Hospital Regional de São José. Como tentativa de conter a situação, o Estado deve ampliar ainda o quadro de pediatras no Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Capital, que vem apresentando grandes filas de espera nos últimos dias.

Há ainda a implantação de uma Policlínica da Mulher e da Criança, em Florianópolis, junto com a prefeitura, que vai atender público específico e deve facilitar a resolução dos problemas atuais. O início dos atendimentos está previsto para o dia 28 deste mês.

UTIS adultas

Já nas UTIs adultas, apenas a região da Foz do Rio Itajaí está com 100% de ocupação nesta quarta-feira. A Grande Florianópolis apresenta 98% de lotação, e o Planalto Norte, 94,12%. O Sul, Oeste e Serra estão com menos de 80%.

O médico e superintendente dos hospitais públicos do Estado, Roberto Benedetti, descarta um possível novo colapso no sistema de saúde catarinense. Conforme explica, houve uma antecipação dessa demanda, que era esperada nos meses mais próximos do inverno, para ambos os públicos — infantil e adulto. Mesmo assim, de acordo com ele, as unidades estão estruturadas para atender todos os casos.

— É uma realidade também dos hospitais privados, todas as instituições tiveram a demanda aumentada na emergência. O que a gente tá tentando fazer é direcionar apenas os casos mais graves para emergências e os outros deixar que sejam atendidos em UPAs ou unidades básicas de saúde. Esse movimento [de aumento no número de pacientes] não é habitual para a época do ano, mas estamos em período de adaptação — explica.

Para ele, o aumento dos casos está associado ainda a Covid-19, onde, conforme afirma, as crianças teriam tido diminuição de imunidade e estariam tendo contato com organismos diferentes neste momento.