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O que se sabe sobre os casos das quatro vereadoras de SC ameaçadas de morte

Parlamentares mulheres de Joinville, Florianópolis, Criciúma e São Miguel do Oeste receberam e-mails de ameaça à vida
O que se sabe sobre os casos das quatro vereadoras de SC ameaçadas de morte

Pelo menos quatro vereadoras de diferentes cidades de Santa Catarina receberam ameaças de morte no intervalo de dois dias. De domingo (5) a esta terça-feira (7), Ana Lúcia Martins (PT), de Joinville, Carla Ayres (PT), de Florianópolis, Maria Tereza Capra (PT), de São Miguel do Oeste, e Giovana Mondardo (PCdoB), de Criciúma, foram insultadas e ameaçadas por meio da internet.

"A vitória final virá e iremos matar você". "Seus dias e os dados [sic] sua família estão contados", diziam alguns e-mails recebidos pelas parlamentares.

A Polícia Civil informou que já ouviu as vítimas e apura a complexidade das ameaças para garantir a segurança das parlamentares.

Quem são as vítimas?

  • Ana Lúcia Martins (PT): primeira vereadora negra de Joinville, cidade mais populosa de Santa Catarina, no Norte do Estado
  • Carla Ayres (PT): vereadora de Florianópolis
  • Maria Tereza Capra (PT): parlamentar que teve mandato cassado em São Miguel do Oeste após denunciar suposto gesto nazista em ato antidemocrático
  • Giovana Mondardo (PCdoB): vereadora mais jovem eleita em Criciúma, no Sul catarinense

Além delas, Manoel Dias, presidente do PDT catarinense, o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ministro da Justiça Flávio Dino e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes também são citados no e-mail.

Por onde as ameaças chegaram e o que foi dito?

As ameaças foram feitas por e-mails recebidos pelas quatro vereadoras em seus e-mails corporativos.

Para Ana Lúcia, além da ameaça de morte, as ofensas foram racistas. Já para Carla, o conteúdo tinha ofensas lesbofóbicas.

Maria Tereza, que é citada em ambos os e-mails, sofre ameaças de morte desde que denunciou a suspeita de gesto nazista. Giovana foi chamada de comunista, entre outros insultos.

Por qual motivo as vereadoras foram ameaçadas?

As mulheres foram ameaçadas após elas se manifestarem contra a cassação da vereadora Maria Tereza, que perdeu o mandato na madrugada de domingo (5). Ela havia criticado o ato de manifestantes que faziam um gesto semelhante a uma saudação nazista, assim como outros políticos e figuras públicas.

Em 2 de novembro de 2022, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) afirmou que iria investigar o conteúdo de vídeos publicados nas redes sociais e em 12 de dezembro, a investigação sobre gesto suspeito foi arquivada. O MPSC diz que concluiu que foi uma "resposta dos manifestantes ao chamamento feito pelo orador que conduzia o ato para que todos erguessem a mão para emanar energias à frente".

O que diz o vereador citado por fazer as ameaças?

Vice-presidente da Câmara municipal de São Miguel do Oeste, o vereador Vanirto Conrad (PDT), negou que tenha feito ameaças. Ele também afirmou que fez um boletim de ocorrências sobre o caso.

"Se esse e-mail porventura existir, só pode ser fruto de invasão de minhas redes sociais ou de alguém que criou um e-mail falso em meu nome para criar um factoide político", disse Conrad.

No e-mail, o vereador é citado como presidente da Câmara de Vereadores de São Miguel do Oeste. No entanto, o político compõe a mesa diretora como vice. Pedetista, Conrad é alvo de um processo de expulsão dentro da própria legenda após a informação de que teria sido apontado pela Polícia Civil catarinense como líder de manifestações golpistas depois das eleições.

 

O caso já chegou ao Ministério dos Direitos Humanos?

O caso das vereadoras foi levado ao Ministério dos Direitos Humanos, em Brasília. No domingo, a pasta prestou solidariedade a parlamentar cassada.

"A violência política e de gênero, os discursos de ódio e as ameaças antidemocráticas são e serão vigorosamente combatidas pelo MDHC, que reitera seu compromisso inabalável com Estado Democrático de Direito neste país".

As vítimas fizeram boletins de ocorrência sobre os casos?

Ana Lúcia, Carla e Maria informaram nesta terça-feira (7) que já fizeram boletins de ocorrência. Giovana afirmou que irá realizar a comunicação à Polícia Civil nos próximos dias.

As ameaças e ofensas são investigadas por autoridades?

Ao g1 SC, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, afirmou que as autoridades estão fazendo um levantamento sobre as ameaças. Com as primeiras informações, a previsão é de que caso seja repassado à Delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância.

— Já foi conversado com as vítimas. A gente está investigando e verificando a complexidade e o tipo da ameaça, até para garantir de forma preventiva a integridade das vítimas — afirmou.

 
 

Fonte(s): NSC

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