O ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro se filiou ao partido Podemos, nesta quarta-feira (10), durante evento realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A filiação abre caminho para sua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições de 2022 pela chamada “terceira via”.
Em um auditório lotado, Moro falou como presidenciável, relembrando sua carreira e a atuação no combate à corrupção. Durante o discurso, ele fez alusão ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, referiu-se ao suposto esquema de rachadinha que envolve o senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, e criticou a distribuição de verbas a parlamentares, no que ficou conhecido como "orçamento secreto".
“O Brasil foi roubado como nunca foi antes na história deste país. Meu objetivo ao entrar no governo era melhorar a vida das pessoas”, disse. "Chega de corrupção, mensalão, petrolão, rachadinha, chega de orçamento secreto. Chega de querer tirar vantagem em tudo e enganar o povo brasileiro", disse.
Em meio aos problemas econômicos e outros desafios enfrentados durante a pandemia, ele continuou a fazer referência ao ex-presidente Lula. “Desde o governo Lula o desemprego aumentou e não parou mais”, ressaltou.
Sobre o governo de Jair Bolsonaro, o candidato à Presidência criticou o enfraquecimento do combate à corrupção, mas sem citar o nome do atual presidente. “A corrupção ainda existe, e enfraqueceram os mecanismos para combatê-la.”
O discurso de Sergio Moro contemplou ainda, em primeira mão, a primeira grande proposta para um eventual governo. Se eleito, ele anunciou que criará uma agência de combate à fome. Finalmente, defendeu o fim da reeleição. “O presidente está em permanente campanha política”, destacou.
Sergio Moro finalizou o discurso abordando os motivos que o levaram a ingressar na carreira política. “A gota d’água foi quando encontro um estudante nos Estados Unidos que perguntou: 'Moro, é verdade que [você] abandonou o Brasil?'. Foi um tiro no meu coração”, lembrou.
Deputados, senadores, a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que também é apontado como pré-candidato à Presidência, estiveram no evento. A presença do governador paulista João Doria era esperada, mas ele avisou que não participaria por causa de compromissos em São Paulo.
Fonte(s): RCO
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