A profissional de saúde que sofreu uma tentativa de suborno por um homem que tentava adquirir uma carteira de vacinação completa contra a Covid-19 em Tubarão, no Sul catarinense, afirmou que se sentiu ofendida pela oferta. Funcionária efetiva da prefeitura há 13 anos, Sheila Raiser de Souza, 36 anos, levou ao caso à Secretaria de Saúde do município. O caso aconteceu na sexta-feira (26).
O suspeito ainda não foi identificado e a prefeitura registrou um boletim de ocorrência. Segundo a mulher, ele ofereceu R$ 1 mil pelo documento.
"Me senti ofendida com a oferta. A gente estuda tanto, primeiro para ter uma profissão e depois para passar em um concurso público", disse a profissional.
O homem buscava informações para o sogro dele, que seria idoso e não tinha tomado nenhuma dose da vacina e eles tinham uma viagem para a Argentina. Após a oferta, Sheila disse que tento explicar o procedimento correto para o morador, que aparentava ter 50 anos.
"Eu orientei que a vacina disponível no município para primeira dose é do laboratório da Pfizer e o intervalo entre as duas doses é de oito semanas e que só após essas duas doses completas ele conseguiria o passaporte para conseguir viajar", disse.
No mesmo dia, em outro período, o mesmo homem teria ligado para o posto de saúde e ofereceu mais dinheiro. Ele disse ainda que haviam mais quatro pessoas interessadas em realizar o mesmo esquema. Um boletim de ocorrências foi feito.
Sheila disse que ainda não havia passado por esse tipo de situação e que não soube como reagir. "Na hora, eu me atentei que aquilo estava sendo um crime", explicou.
O município informou que o suborno para falsificar carteira de vacinação é crime e que vai buscar medidas judiciais.
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, 86% do público-alvo de Tubarão recebeu a primeira dose e 73% está com a vacinação contra a Covid-19 completa.
"Esse tipo de comportamento infelizmente é uma coisa que é enraizada na nossa cultura. A corrupção está em todos os lugares do Brasil desde um fura-fila, tentar vantagem em alguma coisa. É lamentável esse tipo de comportamento principalmente quando é na saúde porque a falsificação de uma carteirinha de vacina de Covid ela expõe não só aquele que não tomou a vacina ao vírus, expõe toda a população que é suscetível, porque ainda não fazemos ainda não faz vacina em menores de 12 anos, então acaba que essas pessoas estão totalmente expostas", disse a funcionária.
Trabalho na pandemia
Desde quando começou a vacinação contra Covid-19 no município, Sheila trabalha na campanha de vacinação contra a Covid-19. A pandemia começou em março de 2020 e vacinação no município teve início em janeiro deste ano.
Até a noite de sábado (27), desde o início da pandemia foram 22.169 confirmados e 473 mortos confirmados na cidade. Atualmente, há 103 casos ativos da doença.
"Faço na minha unidade de saúde e também na Central. Minha comunidade é pequena, então por semana faço 36 vacinas em média, só de Pfizer, que serve pra primeira dose, segunda e dose de reforço. Já na central um plantão de 6 horas faço em média 100 aplicações, entre Pfizer, Butantan e Fiocruz".
Fonte(s): g1-sc
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