O julgamento da brasileira Manuela Vitória de Araújo Farias, presa há três meses por tráfico de drogas na Indonésia, foi marcado para começar em 4 de abril.
A informação foi divulgada pelo advogado Davi Lira da Silva nesta terça-feira (28). No país asiático, pessoas detidas com entorpecente podem ser condenadas a pena de morte.
Segundo da Silva, na primeira audiência terá início a leitura da denúncia contra a jovem. Em outras fases, há expectativa de que ocorra a instrução do processo, que serve para colher informações sobre o caso e outras provas, e a sentença. Não há prazo para o fim do julgamento.
"Costuma ser rápido, mas é a justiça. não podemos determinar prazo que se dá conforme a agenda do juízo", afirmou.
Detida em janeiro no aeroporto de Bali, Manuela segue em uma delegacia na região. Ela já conseguiu contato com familiares após o auxílio da Embaixada do Brasil na Indonésia. No país asiático, ela já tem um defensor particular que atua no processo.
Além da pena de morte, segundo o Ministério das Relações Exteriores, quem for flagrado com drogas na Indonésia, em qualquer quantidade, pode ser sentenciado a vários anos de prisão ou detenção perpétua. O governo brasileiro acompanha o caso.
Caminho até a prisão
Segundo o advogado, Manuela embarcou em Florianópolis no fim de dezembro. A prisão da mulher ocorreu no aeroporto de Bali. Em 27 de janeiro ela foi indiciada por tráfico de drogas.
A brasileira foi detida com aproximadamente 3 quilos de cocaína. Segundo a defesa dela, a brasileira foi usada como 'mula' para levar a droga ao país, além de ter sido enganada por uma organização criminosa de Santa Catarina, que prometeu férias e aulas de surfe para ela no país asiático.
Ao g1 SC, a Polícia Civil de Santa Catarina não passou detalhes sobre a suposta organização criminosa, mas informou que "todas as investigações são mantidas em sigilo". A reportagem tentou contato com a Polícia Federal, que não retornou até a última atualização do texto.
Manuela tem residência em Santa Catarina, estado onde vive a mãe, e no Pará, onde o pai mora. Conforme o advogado, ela atuava como autônoma, vendendo perfumes e lingeries no Brasil.
Ministério das Relações Exteriores
O Itamaraty disse em nota que acompanha o caso: "O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Jacarta, tem conhecimento do caso e vem prestando a assistência consular cabível à nacional, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local".
Fonte(s): g1-SC
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