Os irmãos de 32 e 38 anos indiciados pela chacina que deixou quatro mortos em Campo Erê, no Oeste catarinense, agiram juntos e queriam matar uma outra mulher, que conseguiu fugir e se esconder, apontou a investigação policial. Os dois agora estão presos preventivamente, após decidiu judicial feita na sexta-feira (17).
O inquérito policial indiciou os dois pelos mesmos crimes. Foram quatro homicídios dolosos (quando há a intenção de matar) qualificados, por motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, e seis tentativas de homicídio, incluindo contra uma criança de 3 anos.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou na tarde desta quarta-feira (22) que analisa o inquérito policial. O órgão vai decidir se denuncia os irmãos à Justiça.
O que aconteceu no dia do crime
O delegado José Danezi Neto, responsável pela investigação, relatou como aconteceu a chacina, na noite de 21 de janeiro. O crime ocorreu na localidade conhecida como Linha 12 de Novembro.
Tudo começou com o suicídio do irmão dos indiciados, que não aceitava o fim do relacionamento dele com a mulher. Ela era o alvo inicial dos assassinos, conforme o delegado.
Ela encontrou o corpo do companheiro morto e chamou a polícia. Depois fugiu do local. Nesse momento, os indiciados ainda não haviam chegado.
"Ela saiu minutos antes do irmão chegar com a faca! Foi sorte. Depois, ela foi avisada para fugir das imediações", explicou o delegado.
Ele resumiu o que aconteceu na chacina. "Naquela data, às 18h30, quando chegou a notícia do suicídio, um dos irmãos [o de 38 anos] pegou uma faca e foi até o local. Ele disse que queria matar a cunhada e foi um Deus nos acuda. Terminado o atendimento da polícia da morte violenta, o outro irmão, questão de poucos minutos, vem e concretiza as ameaças proferida pelo irmão que havia ameaçado com uma faca".
A residência do irmão que tirou a própria vida fica a cerca de 200 metros do bar e casa aos fundos onde houve os crimes. Pelos depoimentos, a investigação descobriu que o irmão mais velho ficou no local onde houve o suicídio até a saída da Polícia Militar e, depois, ameaçou a todos.
"Ele ficou até o final, saiu por volta de 20h30. Os irmãos trocaram figurinhas, um deles estava no local do suicídio, na rua de trás. O executor estava na casa da mãe, a seis quilômetros. Já estava armado, com espingarda. Os dois trocam mensagens e o cara aparece lá [no local da chacina]", explicou o delegado.
O irmão mais velho foi preso no mesmo dia do crime. Segundo o delegado, ele se recusou a prestar depoimento, mas forneceu o próprio celular à investigação. No aparelho, a polícia descobriu dois telefonemas curtos, de cerca de 30 segundos cada um, entre os dois irmãos por volta das 20h30.
"Essas ligações não conseguimos recuperar, mas demonstram proximidade, imediatismo entre as ameaças de um e a execução do outro. Questão de minutos", disse o delegado.
Para executar as vítimas, o atirador usou uma espingarda. A arma era legal, com registro da Polícia Federal. Ela foi entregue à investigação.
Quem eram as vítimas
Emidia dos Santos, de 53 anos, Marinalva dos Santos, de 18 anos, e Carlos Delfino, de 63 anos, que são mãe, filha e pai, foram baleados e morreram. Emídia e Carlos eram separados, mas tiveram quatro filhos juntos.
A quarta vítima fatal é Ana Claudia Schultz, de 35 anos.
De acordo com o delegado, Carlos Delfino era pai da mulher alvo dos irmãos. Emidia era tia dela e Marinalva, meia-irmã. Ana Claudia era madrinha de um dos filhos da mulher alvo dos irmãos com o homem que tirou a própria vida.
Fonte(s): g1-SC
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