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Hoteis históricos de BC serão demolidos para construção de novos arranha-céus de luxo

Marambaia e Fischer, que foram relevantes para o desenvolvimento turístico de Balneário Camboriú, no Litoral Norte, darão lugar a novos
Hoteis históricos de BC serão demolidos para construção de novos arranha-céus de luxo

Dois hotéis icônicos para o desenvolvimento do turismo de Balneário Camboriú, no Litoral Norte, darão lugar a novos arranha-céus de luxo na cidade. O primeiro deles é o Hotel Fischer, que chegou a hospedar dois ex-presidentes: Juscelino Kubitschek e João Goulart. As obras no terreno já começaram para a construção de duas torres de luxo.

Já o Marambaia, hotel construído em 1964, será parcialmente demolido e uma parte preservado. No lugar da estrutura que começou a ser erguida no mesmo ano em que Balneário Camboriú foi emancipado de Camboriú, um prédio deve ser inserido na paisagem na Avenida Atlântica, localizada em frente à Praia Central, que foi recentemente alargada em toda a extensão.

Conhecida como a cidade dos arranhas-céus no Brasil e até na América Latina, a administração municipal informou que não tem catalogado os prédios com mais de 50 andares. No entanto, o engenheiro e ex-prefeito do município, Rubens Spernau afirma que, entre construídos e os que estão em fase de finalização, são cerca de 20.

Segundo a construtora Pasqualotto&GT, as duas torres construídas na cidade pela empresa lideram o ranking dos edifícios residenciais mais altos da América do Sul. São 281 metros, com 81 andares e 264 apartamentos.

Em termos de comparação, a Torre Eiffel, em Paris, tem 300 metros e a Estátua da Liberdade, em Nova Iorque, 93 metros.

Essa matéria faz parte da série de textos em comemoração aos 10 anos do g1 SC. Para celebrar a primeira década, a reportagem separou casos de destaque, curiosidades, memes e fatos que marcaram a história do portal e do estado.

Importância histórica

Inaugurado em 15 de dezembro de 1957, o Fisher, além de hospedar importantes políticos foi construído com referências da arquitetura alemã e antecipou a vocação da cidade para o turismo.

Segundo Lilian Martins Camargo, diretora da Fundação Cultural. Inicialmente, a estrutura tinha apenas quatro andares, mas em 1970 outra torre foi construída anexa ao terreno com 12 andares e um heliponto, o primeiro da cidade.

Segundo a diretora da Fundação Cultural, o Hotel Fischer foi candidato a um processo de tombamento histórico, mas a matéria foi rejeitada pela Câmara de Vereadores . O prédio foi desativado em 2009, vendido e demolido em 2012.

Agora, a construtora que adquiriu o terreno vai construir duas torres de 50 e 53 andares, com mais de 165 metros de altura cada. O nome dado ao novo empreendimento será "Fischer Dreams", em homenagem ao prédio construído anteriormente.

No caso da Marambaia, apenas a fachada circular foi protegida como área de interesse histórico do município pelo Plano Diretor de 2008. Já o prédio atrás dele, construído em 1970 será demolido para dar lugar a outro arranha-céu.

O projeto está em fase de aprovação. A previsão é que as obras iniciem em 2023.

Historiadora, moradora de Balneário Camboriú e autora do livro “Do Arraial do Bonsucesso a Balneário Camboriú – Mais de 50 anos de História”, Mariana Schlickmann defende que o prédio seja tombado para que não tenha risco de ser demolido ou modificado.

 "É um um edifício que deveria ser tombado pela cidade como patrimônio histórico, porque é uma construção dos anos 60, com um estilo modernista belíssimo, tem um hall belíssimo", afirma.
 

Construído por Roberto Veronese, o prédio (veja a imagem acima) tem influência do modernismo brasileiro e abriga a escultura 'Marambaia', que representa o marinheiro e "homem que vigia o mar", conforme a historiadora Lilian. A obra foi construída pelo artista Paulo de Siqueira, importante arquiteto gaúcho, durante a ditadura militar.

"Esse hotel tem uma relevância estadual quanto nacional pelas características dele, até pelo acervo do Veronese. Imagina, nos anos 60 tinha-se a arquitetura modernista nos grandes centros das capitais, como São Paulo e a gente tem um deste acervo construído aqui em Balneário, que é uma cidade de 46 quilômetros quadrados", explica.

Balneário Camboriú tem dois imóveis tombados; a Capela de Santo Amaro e a Capela luterana. Esse último, foi incorporado, em 2011, a um edifício de luxo e está rodeada de uma muralha de concreto na Rua 2.300, menos de 200 metros da praia. Construído na década de 1950, antes mesmo da Balneário ser cidade, o patrimônio foi tombado em 1998.

Segundo a historiadora Mariana Schlickmann, há ainda outro prédio que deveria estar preservado para ajudar a contar a história da cidade, emancipada há 57 anos. A construção é a antiga casa de veraneio do ex-presidente João Goulart, situada na Avenida Atlântica.

O prédio foi tombado como um Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico, Turístico e Paisagístico de Balneário Camboriú por meio de um decreto em 1989. No entanto, em 1994 um outro decreto revogou a decisão. Depois, a construção virou restaurante e uma escultura do ex-presidente com os filhos foi construída em frente ao local.

Segundo Lilian, o espaço foi modificado ao longo dos anos e, por isso, perdeu as caracteristicas iniciais de residência.

Procurado pelo g1 SC, a 5ª Promotoria de Justiça da Comarca de Balneário Camboriú informou que tem andamento uma ação civil pública que pede a atualização da lei do Plano Diretor.

O projeto é responsável por discutir entre outras demandas, a situação de patrimônios históricos e conservação. Segundo o órgão, a nova lei deve disciplinar também sobre as áreas construtivas.

 

 

Fonte(s): G1-SC

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