A lei que determina a inclusão do ensino sobre a história das mulheres do campo e da cidade no currículo escolar de Santa Catarina, aprovada em 2021, tem prazo para ser regulamentada até outubro deste ano. Antes de ser colocada em prática, no entanto, três professoras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) já preparam uma lista com as sugestões dos nomes das personalidades relevantes para o estado.
Cristina Scheibe, Joana Maria Pedro e Teresa Lisboa, integrantes do núcleo de Estudos em Gênero da univesridade, incluíram sugestões de livros e trabalhos acadêmicos para ajudar os professores do estado a elaborarem os conteúdos para as aulas. As sugestões incluem Anita Garibaldi e Antonieta de Barros (leia mais abaixo).
Além disso, a lista traz Chica Pelega e Maria Rosa, que tiveram participação na Guerra do Contestado. Na área da religião, estão Santa Paulina e Irmã Edwiges, uma das fundadoras de um grupo de religiosas que decidiu viver na periferia para ajudar pessoas vulneráveis.
O nome da irmã Olímpia Gayo, fundadora da Pastoral das Mulheres Marginalizadas, também foi lembrado pelas professoras.
Lei em Santa Catarina
Conforme o texto base da lei, o conteúdo deverá apresentar a trajetória pessoal e profissional de mulheres que atuam em diversos segmentos, tais como educação, política, direitos humanos, saúde, cultura, sociologia, entre outros, incluindo todas as etnias presentes em Santa Catarina, com destaque para as conquistas das mulheres negras, quilombolas e indígenas.
A inclusão desse conteúdo vale para as escolas privadas e públicas de educação básica do estado. Segundo o governo estadual, objetivo do texto é promover o conhecimento da história das mulheres de destaque de movimentos que contribuíram para a emancipação feminina e para o alcance de espaços de igualdade de gênero.
O conteúdo deverá ser formulado metodologicamente considerando as especificidades dos educandos e de sua faixa etária. Conforme a lei 18.226/2021, poderão ser firmadas parcerias e convênios para a implantação e execução das atividades.
Antônieta de Barros
Antonieta nasceu em 1901 na antiga Desterro, hoje Florianópolis, e foi a primeira deputada negra eleita do Brasil. Professora e jornalista, a catarinense também foi a autora de uma das primeiras leis no Brasil a instituir o 15 de outubro como Dia do Professor.
O rosto de Antonieta foi estampado em mural na Rua Tenente Silveira, no Centro de Florianópolis. Todos os dias centenas mulheres, homens, crianças e adolescentes, idosos a enxergam nos passeios do Centro.
O mural de 32 metros de altura por nove de largura, levou dez dias para ficar pronto e foi desenvolvido pelos artistas Thiago Valdi, Tuane Ferreira e Gugie. No parte de baixo e de cima do mural é possível ver mandalas, que representam a arte de bilro, tradicional da Ilha.
Fonte(s): G1 Santa Catarina
Comentários