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Google já recebe mais de R$ 1,35 mi com anúncios políticos em ano eleitoral

Justiça Eleitoral difere impulsionamento de conteúdo, prática regulamentada, de disparos em massa, o que é ilegal
Google já recebe mais de R$ 1,35 mi com anúncios políticos em ano eleitoral

Os gastos com anúncios políticos no Google já passaram de R$ 1,35 milhão no país somente em 2022 e ainda fora do intervalo de propaganda eleitoral. No período, a empresa registrou 1.786 campanhas que se referem a um partido político, um funcionário público eleito ou um candidato.

Também desde o início do ano, Santa Catarina foi o décimo Estado onde houve maior volume de gastos para impulsionar anúncios políticos no Google, com R$ 31 mil pagos por 1.145 campanhas. O líder é São Paulo, que tem o maior número de eleitores do país, com cerca de R$ 422 mil investidos em 1.382 conteúdos.

Os números são do Relatório de Transparência de Anúncios Políticos, do próprio Google, que é dono do serviço de buscas e do YouTube, entre outras plataformas.

A empresa abre dados sobre os valores aplicados desde 17 de novembro do ano passado em anúncios políticos. Desta data até o fim de 2021, os gastos foram bem mais modestos, de R$ 46,5 mil no país todo e de só R$ 1 mil em Santa Catarina.

A nível nacional, R$ 1,22 milhão do que foi gasto em 2022 serviu para impulsionar vídeos, cerca de 90% do valor total investido. Isso se repetiu em proporção parecida em Santa Catarina, com R$ 26,6 mil (86%) dedicados aos anúncios audiovisuais.

Neste ano, os gastos com anúncios políticos no Google foram liderados pela Brasil Paralelo, empresa que produz conteúdo político com viés de direita, tanto a nível nacional, com R$ 402 mil, quanto em Santa Catarina, com R$ 17,5 mil.

No top-10 dos que mais gastam em ambos os recortes, se repete ainda uma maior presença de partidos políticos (veja listas completas abaixo).

O que diz a legislação eleitoral

A divulgação dos dados ocorre desde fevereiro, a partir de um esforço mobilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ampliar a transparência na publicidade política nas plataformas digitais. Além do Google, a iniciativa atingiu outras gigantes do setor de tecnologia, como a Meta, à frente do Facebook, do Instagram e do WhatsApp.

Esta última foi protagonista na eleição presidencial anterior. Na ocasião, o WhatsApp entrou na mira da Justiça Eleitoral após a Folha de S.Paulo revelar que empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) teriam financiado disparos em massa de mensagens pela plataforma. Esse tipo de prática é hoje proibida pelo TSE).

O tribunal difere, no entanto, o disparo em massa do impulsionamento de conteúdo, que protagonizam os gastos divulgados pelo Google. As diferenças são descritas em resolução do TSE do fim do ano passado.

O primeiro dos casos envolve o envio de um mesmo conteúdo para um grande volume de usuários por meio de aplicativos de mensagem instantânea.

A prática não envolve o consentimento do destinatário e se vale de tecnologias que não são fornecidas pelo próprio provedor do aplicativo, como robôs. Ela pode ser entendida como abuso de poder econômico e propaganda irregular.

Já o impulsionamento de conteúdo político-eleitoral é permitido até em períodos de pré-campanha, desde que atenda a alguns requisitos, como a ausência de pedido explícito de votos e o respeito a uma moderação de gastos.

Ele também deve ser identificado como impulsionamento de conteúdo e ser contratado por partidos, coligações ou candidatos, e não por terceiros. O serviço tem de ser oferecido pelo próprio provedor da plataforma, devidamente cadastrado na Justiça Eleitoral, e ter garantias de transparência.

Além dos disparos em massa, o TSE também tem no radar a preocupação com a circulação de notícias falsas na internet.

Em março, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), chegou a determinar o bloqueio do Telegram, outro aplicativo de mensagens, até que fossem assumidos compromissos no combate às fake news.

Ranking nacional de anúncios políticos no Google em 2022

  1. Brasil Paralelo - R$ 402 mil
  2. PSDB - R$ 241 mil
  3. PSB-RJ - R$ 165 mil
  4. União Brasil - R$ 109 mil
  5. Thiago Barros Rodrigues Costa - R$ 80,5 mil
  6. Newsletters Digital A Voz do Brasil – R$ 79,5 mil
  7. MDB - R$ 59,5 mil
  8. União Brasil-AL - R$ 30 mil
  9. PT - R$ 29 mil
  10. Progressistas - R$ 26,5 mil 

Ranking de SC de anúncios políticos no Google em 2022

  1. Brasil Paralelo - R$ 17,5 mil
  2. PSDB - R$ 3 mil
  3. Thiago Barros Rodrigues Costa - R$ 2,5 mil
  4. MDB - R$ 2 mil
  5. Newsletters Digital A Voz do Brasil – R$ 1 mil
  6. União Brasil - R$ 1 mil
  7. Progressistas - R$ 1 mil
  8. Televisão Lages - R$ 500
  9. Elegis Gestão Estratégia, Consultoria e Tecnologia - R$ 500
  10. Republicanos - R$ 500

Fonte(s): NSC

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