os três primeiros meses do ano, 31 dos 40 deputados de Santa Catarina optaram por receber um subsídio mensal, no valor de R$ 7.824,91, para uso de veículo próprio durante o mandato. Além desse benefício, os parlamentares também poderiam optar pelo transporte com carros contratados pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), no valor de R$ 3.396,81 por mês mais o custo do combustível. Nos dois casos, os valores são descontados da verba de gabinete.
Ao todo, os 31 parlamentarem que escolheram a primeira opção gastaram R$ 727,7 mil até março, segundo dados do Portal da Transparência. Se tivessem optado pela segunda modalidade, teriam desembolsado pouco mais de R$ 527,8 mil no período e economizariam cerca de R$ 200 mil.
Os cálculos foram feitos com base nos gastos dos sete parlamentares que optaram pelo uso de carro da Alesc, mais o custo com combustível até março, já que o gasto de abril com os combustíveis ainda não está disponível no Portal da Transparência da Alesc. Outros dois parlamentares se abstiveram tanto do uso desse veículo quanto do reembolso.
Carro próprio x carro da Alesc
Ao usar o carro próprio, o deputado assume despesas como manutenção, abastecimento, pagamentos de impostos e eventuais multas. O valor do subsídio aumentou neste ano, após passar 2020 e 2021 sem reajuste. Anteriormente, o valor pago era de R$ 6.840,55.
No caso de uso do veículo da Alesc, o parlamentar gasta pouco mais de R$ 3,3 mil para alugar o carro e recebe ainda um cartão que tem uso exclusivo para abastecimento. Como não há limitação no valor que pode ser gasto com combustíveis, o valor do subsídio pode ser maior do que os R$ 7,8 mil proposto na primeira modalidade.
Mas, neste ano, o valor despendido foi menor. Cada gabinete gastou R$ 10.190,43. Se considerado o valor total gasto dos sete parlamentares nos primeiros três meses, o montante é de R$ 71.333. Só no cartão de combustíveis os deputados gastaram R$ 47.849,72 nos três primeiros meses do ano. No total, os sete parlamentares gastaram R$ 119.182,72 com deslocamentos no período. Um gasto médio de pouco mais de R$ 17 mil no ano.
Se considerarmos o valor médio de R$ 17 mil para os 31 parlamentares que optaram pelo uso do carro próprio, o total de gastos dos parlamentares seria de pouco mais de R$ 527,8 mil. Dessa forma, haveria uma economia de quase R$ 200 mil.
Posição da Alesc
Em nota, a Alesc afirmou que “todas as despesas são regulamentadas e tornam-se essenciais para o exercício e manutenção das atividades legislativas de cada deputado”.
Além de gastos com gasolina, a verba também inclui os pagamentos de aluguel e despesas de escritório parlamentar, assinatura de publicações, TV a cabo, Internet, telefonia e gastos com gráfica e correspondências.
Deputados esclarecem escolha
Todos os deputados foram questionados sobre o motivo da escolha pela modalidade de transporte. Dos 40 parlamentares, apenas três responderam.
Por meio da assessoria, o deputado João Amin (PP), que usa carro próprio, informou que ao optar por essa modalidade acaba pagando os demais encargos com o veículo.
Já a assessoria de Nilso Berlanda (PL), que também usa o próprio carro, respondeu que o deputado optou pela modalidade por segurança e conforto porque o parlamentar dirige o próprio carro.
"No caso do deputado Berlanda, só no deslocamento de Curitibanos (onde ele mora) a Florianópolis são 570 quilômetros toda semana, perfazendo mais de R$ 500, totalizando R$ 2.000,00 mensais. Isso sem contar os deslocamentos para as demais regiões de atuação", informou.
O deputado Jerry Comper (MDB), que também usa carro próprio, informou que a escolha por essa modalidade se deu por questões de logística.
"Um dos motivos que o deputado optou por usar o carro particular é a questão de muitos municípios e com longos trechos de estrada de chão, optando assim por um carro mais alto, diferente do oferecido pela Alesc", disse em nota.
Confira qual é a opção de cada deputado
- Ada de Luca (MDB): carro próprio
- Altair Silva (PP): carro próprio
- Ana Campagnolo (PL): carro próprio
- Bruno Souza (NOVO): não usa nenhuma das duas modalidades
- Coronel Mocellin (Republicanos): carro próprio
- Dr. Vicente Caropreso (PSDB): carro da Alesc
- Fabiano da Luz (PT): carro próprio
- Felipe Estevão (União Brasil): carro próprio
- Fernando Krelling (MDB): carro próprio
- Ismael dos Santos (PSD): carro da Alesc
- Ivan Naatz (PL): carro próprio
- Jair Miotto (União Brasil): carro próprio
- Jerry Comper (MDB): carro próprio
- Jessé Lopes (PL): não usa nenhuma das duas modalidades
- João Amin (PP): carro próprio
- José Milton Scheffer (PP): carro próprio
- Julio Garcia (PSD): carro da Alesc
- Kennedy Nunes (PTB): carro próprio
- Laércio Schuster (União Brasil): carro próprio
- Luiz Fernando Vampiro (MDB): carro próprio
- Marcius Machado (PL): carro próprio
- l Marcos Vieira (PSDB): carro da Alesc
- Marlene Fengler (PSD): carro da Alesc
- Maurício Eskudlark (PL): carro próprio
- Mauro de Nadal (MDB): carro próprio
- Milton Hobus (PSD): carro próprio
- Moacir Sopelsa (MDB): carro próprio
- Nazareno Martins (Podemos): carro próprio
- Neodi Saretta (PT): carro próprio
- Nilso Berlanda (PL): carro próprio
- Padre Pedro Baldissera (PT): carro próprio
- Paulinha (Podemos): carro da Alesc
- Ricardo Alba (União Brasil): carro próprio
- Rodrigo Minotto (PDT): carro próprio
- Romildo Titon (MDB): carro próprio
- Sargento Lima (PL): carro próprio
- Sergio Motta (Republicanos): carro próprio
- Valdir Cobalchini (MDB): carro próprio
- Volnei Weber (MDB): carro próprio
Fonte: Portal da Transparência da Alesc
Fonte(s): G1 Santa Catarina
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