Em pouco mais de três meses, 2022 se tornou o ano com mais mortes por dengue da história de Santa Catarina. Foram oito óbitos, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. A doença também preocupa no país.
No estado catarinense, são mais de 5,4 mil casos de dengue registrados. O aumento foi de 190% em relação ao mesmo período do ano passado.
Dezesseis cidades estão em situação de epidemia, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) do estado: Maravilha, Concórdia, Xanxerê, Guaraciaba, São José do Cedro, Coronel Freitas, Mondaí, Caibi, Flor do Sertão, Santa Helena, Belmonte, Seara, Romelândia, Iporã do Oeste e Itá, todas no Oeste.
Em Florianópolis, nos três primeiros meses do ano, foram confirmados 245 casos de dengue. Esse número é mais do que a soma de todo o ano de 2021.
Focos em casa
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, estão nas casas, ou melhor, no quintal delas. São os chamados depósitos artificiais móveis.
O vaso de plantas, baldes e potes deixados no jardim. E mesmo o bebedouro do animal de estimação. A coordenadora do Programa de Dengue de Florianópolis, Priscilla Regina Tamioso, afirmou que medidas simples podem combater o mosquito.
"Nós solicitamos à população que dedique 10 minutos por semana pra eliminar ou adequar esses depósitos. Dez minutos, principalmente após período de chuva, são suficientes pra controlar o mosquito", afirmou a coordenadora.
"São as questões climáticas, a questão dos hábitos da população, que vêm contribuindo para o aumento no número de focos", disse o diretor da Dive, João Fuck.
Dengue pelo país
De acordo com o Ministério da Saúde , do início do ano até agora, o Brasil registrou mais de 258 mil casos de dengue. Foram 70 mortes pela doença no país, um aumento de 72% no número de casos em relação ao mesmo período de 2021.
A situação é grave também na região Centro-Oeste, que tem a maior taxa de incidência da doença no país. Em Goiás, nove pessoas morreram pela doença esse ano no estado, segundo o Ministério da Saúde.
"Inicialmente os sintomas são febre, dor de cabeça, dor no corpo e muita prostração que em alguns casos pode ter sangramento e evoluir pra óbito", afirmou o infectologista Alexandre Costa.
O filho da atendente Alana Soares Sousa, um bebê de 11 meses, está bem, mas teve febre alta. Ela disse que muitos vizinhos da família, em Goiânia, também tiveram dengue.
"Infelizmente as pessoas não cuidam. Infelizmente é o mosquito, ele vem até a gente", lamentou.
Fonte(s): G1 Santa Catarina
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