Um projeto que faz o mapeamento das árvores gigantes no Brasil, encontrou uma araucária com grande cavidade e 33 metros, em Urupema, na Serra catarinense. Segundo o professor do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Marcelo Callegari Scipioni, é a terceira maior entre as araucárias cadastradas na pesquisa. O professor foi responsável pela mensuração e a confirmação do exemplar gigante.
A Araucaria angustifolia tem o nome comum de Pinheiro-brasileiro, podendo ultrapassar 3 metros de diâmetro à altura do peito e idade estimadas superiores aos 400 anos. A medição foi feita em 24 de fevereiro.
A árvore está localizada em um fragmento florestal em área com declive próximo da localidade conhecida como "Bossoroca”. A área é uma propriedade particular.
“Se futuramente iniciar a visitação turista ao local sem planejamento, pode ameaçar essa árvore antiga com vandalismo, erosão no solo e a biodiversidade do entorno”, explica Scipioni.
Além desta araucária, o especialista em árvores gigantes já catalogou outras árvores da mesma espécie com auxílio de terceiros no Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais, totalizando mais 36 exemplares com mais de 1,5 m de diâmetro à altura do peito.
Em primeiro lugar está uma árvore "Pinheirão", que foi encontrada em São Joaquim, na localidade de Pericó, na mesma região. Em segundo consta uma araucária no Parque do Pinheiro Grosso, em Canela (RS). Ambas foram catalogadas em 2016.
O trabalho do pesquisador segue em andamento reunindo dados sobre as árvores monumentais e estudos de dendrocronologia para definir a idade dessas árvores multisseculares.
“Santa Catarina concentra-se as maiores araucárias gigantes registradas até o momento, e o local com maior concentração de indivíduos espacialmente próximos de araucárias, de imbuias gigantescas e xaxins de mais de 6 metros de altura para visitação é no Parque René Frey, no município de Fraiburgo", disse.
Segundo Scipioni, é ainda uma floresta antiga, com vestígios de como era a floresta original antes da intervenção intensa humana.
Em janeiro foi sancionada a lei 18.350, que altera o Código Estadual do Meio Ambiente acrescentando um dispositivo que tem como objetivo “promover programa de classificação e conservação de árvores monumentais de interesse público, em razão de sua raridade, beleza, dimensões vultuosas e valor histórico”. Entre as mudanças também estão o projeto de manejo das árvores exóticas no Estado e a incorporação do Projeto Conservacionista de manejo sustentável da Araucária (PCA).
No entanto, o Estado não faz a identificação e classificação envolvendo árvores monumentais. No Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sema) há programas que abrangem espécies ameaçadas de extinção, inventário florístico ambiental e o monitoramento da vegetação.
"O Estado mantém ações para incentivo das reservas particulares e monitora desmatamento, para proteger áreas preservadas, e que isso já são ações que, indiretamente, abrangem árvores que se enquadrem no conceito de árvores monumentais", informou a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE).
Fonte(s): G1-SC
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