Um cientista da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) estuda uma maneira de interromper o ciclo de transmissão da dengue. O professor José Henrique Oliveira coordena um projeto que investiga a possibilidade de prejudicar a adaptação do vírus ao mosquito Aedes aegypti.
— Entender porque os mosquitos sustentam a replicação do vírus, mas não passam por nenhum problema de saúde associado a isso é uma pergunta biológica, uma falta de conhecimento nosso que podemos explorar para impedir a propagação de dengue. Para isso, a gente investiga de que forma a gente pode pensar em inibir esses processos celulares que fazem o mosquito não adoecer — explica o professor.
Segundo Oliveira, a lógica é que se o mosquito adoecer pelo vírus, ele não poderá transmití-lo para humanos. O estudo analisa à nível celular os mosquistos para encontrar vulnerabilidades ou maneiras que façam o Aedes aegypti menos adaptável ao estresse que o vírus causa.
O professor explica que os mosquitos são seres complexos e muito bem adaptados, o que faz com que resistam a situações que muitas vezes organismos maiores não seriam capazes de resistir, como é o caso da infecção pelo vírus da dengue. É essa adaptação que poderia ser atacada pela ciência.
— Hoje a gente não tem fórmula eficiente de antagonizar a dengue e isso é um grande problema, pois hoje a nossa melhor estratégia é o combate ao mosquito — explica o professor, reforçando que, no caso dos inseticidas, por exemplo, essa estratégia pode gerar problemas ambientais e também insetos resistentes.
O projeto é financiado pelo Instituto Serrapilheira.
Dengue em Santa Catarina
Em Santa Catarina, entre os dias 2 de janeiro e 12 de abril, 31.939 casos de dengue foram notificados no Estado. Desses, 14.497 foram confirmados, 6.085 foram descartados e 80 foram considerados inconclusivos e ainda não tiveram sua investigação encerrada. De acordo com o boletim da Dive, o Estado tem 26 cidades estão em situação de epidemia. Veja quais são:
- Belmonte
- Itá
- Iporã do Oeste
- Maravilha
- Romelândia
- Guaraciaba
- Seara
- Mondaí
- Coronel Freitas
- Palmitos
- Abelardo Luz
- São José do Cedro
- Caibi
- Caxambu do Sul
- Flor do Sertão
- Concórdia
- Xanxerê
- Tunápolis
- Santa Helena
- Ascurra
- São Miguel do Oeste
- Brusque
- Águas Frias
- Peritiba
- Cunha Porã
- Cordilheira Alta
Como evitar a dengue
A única maneira de evitar a dengue é não deixar o mosquito Aedes aegypti (vetor da doença) nascer e algumas ações podem ser feitas para que isso ocorra:
- Evite que a água da chuva fique depositada e acumulada em recipientes como pneus, tampas de garrafas, latas e copos
- Não acumule materiais descartáveis desnecessários e sem uso em terrenos baldios e pátios
- Trate adequadamente a piscina com cloro. Se ela não estiver em uso, esvazie-a completamente sem deixar poças de água. Manter lagos e tanques limpos ou criar peixes que se alimentem de larvas
- Lave com escova e sabão as vasilhas de água e comida de seus animais de estimação pelo menos uma vez por semana
- Coloque areia nos pratinhos de plantas e remova duas vezes na semana a água acumulada em folhas de plantas. Em bromélias, utilizar jato forte de água na axila das folhas a cada dois dias
- Mantenha as lixeiras tampadas, não acumule lixo/entulhos e guarde os pneus em lugar seco e coberto
- Os locais mais prováveis para que a fêmea coloque os ovos são os que ficam à sombra e com água limpa
Fonte(s): NSC
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