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Catarinense é acordada por terremoto na Turquia: ‘éramos jogados de um lado para o outro’

Próxima do epicentro dos tremores, cidade onde Jaqueline mora teve debandada de moradores para o interior; número de mortos ultrapassa 3,6mi
Catarinense é acordada por terremoto na Turquia: ‘éramos jogados de um lado para o outro’

A professora Jaqueline Rosa Çeti, catarinense natural de Joaçaba, no Meio-Oeste de Santa Catarina, despertou com as portas do armário batendo na madrugada desta segunda-feira (6). De repente, foi lançada para fora da cama e ouviu o som de um estouro. Ela pensou que era uma explosão. Depois se deu conta que era um prédio desabando.

Moradora de Diyarbak?r, cidade no sudeste da Turquia, ela estava a 300 km do epicentro do pior terremoto registrado no país desde desde 1939, de acordo com autoridades turcas. “Já senti tremores mais fracos aqui, inclusive terremoto na cidade vizinha. Nada na intensidade do que vivemos hoje”, desabafa.

A Síria e a Turquia foram assoladas por dois terremotos, com intervalo de 9 horas. O epicentro foi a região de fronteira entre os dois países da Ásia Ocidental. Com magnitude de 7.8 graus na escala Richter, os fenômenos provocaram a morte de mais de 3,6 mil pessoas – buscas ainda continuam. Tremores foram sentidos até na Groenlândia, tamanha a intensidade.

No primeiro terremoto, os tremores permaneceram por cerca de 1 minuto. “Perdemos totalmente o rumo e o sentido. É como uma grande tontura, não conseguíamos parar em pé. Éramos lançados de um lado para o outro”, detalha a professora de turco, que se mudou para o país há nove anos após conhecer o agora marido, de origem turca.

Imediatamente, Jacqueline e o marido Reyna Çetin pegaram os dois filhos –  uma menina de 7 anos e um bebê de 3 – e desceram até o pátio do condomínio. Tensos, permaneceram duas horas na entrada do prédio antes de voltar. Com poucas notícias, achavam que estavam no epicentro do fenômeno. Não imaginavam que a situação era pior no entorno de Gaziantepe, a 300km de Diyarbak?r

A família não se machucou e não sofreu prejuízo material. Os danos foram registrados nas áreas antigas de Diyarbak?r – Jaqueline mora na área da cidade cujo desenvolvimento é mais recente.

“Na casa de parentes que moram nas cidades vizinhas a parede chegou a rachar. Minha cunhada estava com a bebezinha de quatro meses no colo. Balançou tanto que ela deixou cair a bebê”, conta a professora, que dá aula de turco para brasileiros.

Insegurança entre os moradores

Quando enfim começavam a se acalmar, um segundo terremoto assolou a região, mas de intensidade menor. Os fenômenos deixaram um rastro de destruição no município. Jacqueline percebeu pelo menos oito prédios desmoronados em Diyarbak?r. Na região atingida pelos terremotos cerca de 3.471 edifícios desabaram.

Ao conversar com o ND+ no fim da tarde desta segunda-feira (6), a professora descreveu um cenário desértico e de insegurança. “Ainda há pequenos tremores. Sentimos pequenas vertigens e tonturas”, conta. Ela percebe que o solo ainda treme ao observar água do aquário oscilando. Ou pela luz de casa, que fica tremendo.

Para a noite desta segunda-feira, os vizinhos optaram por ficar longe de casa. “[O prédio] está vazio, tem uma ou duas luzes acesas”, afirma Jaqueline. Eles decidiram dormir em carros, em uma praça situada no Centro da cidade, ou ficar em abrigos. Há também aqueles que viajaram para o interior do país.

Assim que as notícias da tragédia chegaram na família de Jaqueline, que mora em Joaçaba, a irmã e os pais entraram em contato, em choque. “Eles estavam bastante preocupados. Falei que estava bem”, relembra a professora. Ela optou por passar a noite em casa.

Número de vítimas ultrapassa 3,6 mil

Até a noite desta segunda-feira, mais de 3.600 vítimas fatais do terremoto foram contabilizadas, segundo apuração da AFP. Na Turquia, onde o epicentro foi registrado, ao menos 2.316 pessoas morreram, segundo o último balanço da agência de gestão de catástrofes. As autoridades acrescentaram que mais de 13.000 pessoas ficaram feridas.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) advertiu à AFP que o número de vítimas poderia ser até oito vezes maior.

Na Síria, o terremoto deixou pelo menos 1.293 mortos e mais de 2.400 feridos. O Ministério da Saúde sírio registrou 593 mortos e 1.403 feridos nas regiões sob o controle do governo neste país em guerra.

Os Capacetes Brancos, que atuam em áreas da Síria nas mãos dos rebeldes, informaram que houve ao menos 700 mortos e mais de 1.050 feridos nestes setores.

“A situação é muito grave, muitas pessoas ainda continuam sob os escombros dos edifícios”, declarou o cirurgião Majid Ibrahim, no hospital Al Rahma da cidade de Darkush, no norte da Síria.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou sete dias de luto pelas vítimas. “Nossa bandeira será hasteada a meio mastro até o pôr-do-sol de domingo”, informou em um tuíte.

Assembleia Geral da ONU  fez um minuto de silêncio pelas vítimas do terremoto e o secretário-geral da organização, António Guterres, manifestou sua “profunda tristeza”.

 

 

 

 

 

Fonte(s): nd+

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