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Mauro Becker

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Ato pela democracia deve virar livro, e grupo da USP pretende continuar após as eleições

Carta iniciada na Faculdade de Direito da USP já foi assinada por mais de 960 mil pessoas
Ato pela democracia deve virar livro, e grupo da USP pretende continuar após as eleições

egundo o diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Fernandes Campilongo, um livro a ser lançado ainda em setembro deve reunir artigos, comentários, textos diversos e fotografias relacionados ao ato em defesa da democracia realizado nesta quinta-feira (11), em São Paulo.

Campilongo, que participou da organização da manifestação e discursou, diz ao Painel que a ideia é que a publicação aconteça o mais rápido possível, com a meta de que aconteça em setembro.

— Temos algumas ideias para o futuro. Não podemos perder a energia dessa corrente tão forte que se formou. No curto prazo, queremos reunir artigos, comentários, vídeos, de todo mundo que falou a respeito da carta e do evento nas últimas semanas. E foi muita coisa. Queremos reunir fotografias desse evento tão marcante. E publicar ainda em setembro, o mais rápido possível, um livro contando a história desse ato épico na faculdade — afirma.

O diretor acrescenta que, no médio prazo, a ideia é que o grupo que se reuniu para a elaboração da carta e a organização do ato continue mobilizado sob a forma de um fórum permanente em defesa da democracia.

 

— Ainda que nós tenhamos mudanças na condução política e ideológica do Brasil, acho que a minoria de perfil autoritário continuará mobilizada. Então a defesa da democracia não tem que ser uma coisa do dia 11 de agosto. Não tem que ser uma coisa do dia da eleição. Tem que ser permanente. E eventos deste tipo podem servir como uma semente para um fórum permanente de defesa da democracia — argumenta.

Campilongo descreve o evento como uma "festa cívica com a cara do Brasil".

— Teve gente de todos os setores sociais, econômicos, políticos. Foi um ato plural, multicultural, multiétnico. É uma alegria sem tamanho que tudo tenha acontecido com muita tranquilidade e também firmeza em defesa da democracia — conclui.

O movimento, a menos de dois meses do primeiro turno das eleições, é considerado um marco simbólico na reação da sociedade civil à escalada de ameaça às instituições promovida por Bolsonaro, que insufla apoiadores para saírem às ruas no 7 de Setembro, data do Bicentenário da Independência.

 

Segmentos que estavam inertes perante as intimidações por alinhamento ao bolsonarismo ou receio de represálias, sobretudo no ambiente empresarial e financeiro, decidiram aderir às mobilizações.

A "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito" remete à histórica "Carta aos Brasileiros", apresentada em ato público em agosto de 1977, na mesma Faculdade de Direito da USP, que marcou a luta contra a ditadura militar (1964-1985) e por redemocratização.

Fonte(s): NSC

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