Um crime cometido dentro do canil municipal de Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo, Rio Grande do Sul, chocou moradores e funcionários da prefeitura durante o feriadão de Páscoa. Após arrombarem o local supostamente para furtar objetos, bandidos mataram cinco cachorros a pauladas.
O responsável pelo Canil Rodolfo Klafke, Márcio Morais, conta que um funcionário do local constatou o crime quando chegou para alimentar os cães, por volta das 14h de domingo (21). Assim que percebeu que o local havia sido arrombado, ele chamou Morais para que os dois entrassem no prédio.
— Quando eu cheguei e a gente se deparou com aquilo, foi horrível. Se tu visse a cena, tu não conseguirias dormir à noite. Está todo mundo chocado — relata.
O canil funciona como abrigo temporário para animais abandonados e que sofrem maus tratos. Os cinco cães mortos haviam sido recolhidos poucos dias antes e estavam dentro do prédio, separados dos demais, para uma espécie de triagem — eles passariam por exames e tomariam remédios para vermes antes de serem colocados com outros animais.
A suspeita do responsável pelo canil é de que os cachorros tenham atacado os criminosos.
— A gente acha que eles (assaltantes) usaram uma pá e um ancinho que estavam aqui para agredir os cachorros. Só um cachorrinho que estava no prédio conseguiu se salvar. Ele tem epilepsia e praticamente mora aqui. Eu acho que ele se apavorou com a chegada dos criminosos e se escondeu no banheiro, por isso não fizeram nada.
O canil tem espaço para 30 cães. Os 25 animais que estão prontos para adoção e ficam em outra área do canil, separados por baias, não foram agredidos.
Os criminosos, conforme a administração do canil, levaram 10 sacos de ração, material de limpeza e todo o estoque de remédios para os animais. Eles ainda danificaram janelas e portas e furtaram lâmpadas.
O canil fica em uma área municipal, mas não conta com funcionários 24 horas por dia — durante o fim de semana, um servidor vai até lá dar comida e verificar se não há problemas. Um zelador mora no parque e, em emergências, fica responsável por avisar a prefeitura, o que não ocorreu neste caso.
A Secretaria de Saúde do município, responsável pelo canil, diz que a ração e os remédios serão repostos, e que a própria prefeitura poderá fazer o conserto do prédio.
— Temos uma empresa contratada que fornece ração e remédios, e isso poderá facilmente ser reposto. As equipes de manutenção da prefeitura também poderá fazer os reparos das janelas e portas. Agora esperamos que as autoridades competentes investiguem o caso. É fora de série a capacidade do ser humano — lamenta o secretário-adjunto, Rogério Bitencourt.
Na manhã segunda-feira (22), o caso foi registrado na Polícia Civil, que vai investigar o caso.
Fonte(s): NCT Total / Diário Catarinense
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