Uma proposta da gravadora de Ellie Goulding e uma música do Depeche Mode, foi assim que nasceu All By Myself, single de Alok em parceria com a cantora e o DJ Sigala lançado nesta sexta-feira (7). O brasileiro já trabalhou com grandes artistas nacionais e internacionais, de John Legend a Juliette, e conta que a artista britânica é a mais perfeccionista de todos os nomes com quem já gravou.
"Era uma parte de menos de 3 segundos da voz dela na música. Ela é muito perfeccionista, a ponto de travar o lançamento da música para que ficasse redondo. Sendo bem sincero, notei diferença, mas não tanto. Foi a primeira vez que passei por um ponto de ser tão perfeccionista assim", conta durante entrevista coletiva.
Apesar de descrever a cantora como perfeccionista, Alok diz que o trabalho com ela não foi difícil. Ele conta que a cantora já colaborou com outros grandes DJs antes, como Calvin Harris e Diplo, e estava interessada em um single de música eletrônica. O brasileiro também fala que a britânica aceitou a proposta dele de usar um sample da música Enjoy the Silence, da banda Depeche Mode.
O DJ diz que, quando estava produzindo a música para Ellie Goulding, percebeu que o single estava ficando muito parecido com o hit da banda. Como não estava conseguindo fazer nada que superasse a canção do Depeche Mode, decidiu pedir a autorização para utilizar o sample de Enjoy the Silence.
Sobre o Depeche Mode, Alok fala que a banda tem uma assinatura singular e é fã de algumas músicas deles, mas precisou brigar com a gravadora para poder utilizar o sample. "Tive uma grande discussão porque fui eu contra todos, mas bati o pé. Na hora que vem o drop, vem a melodia e eles queriam que viesse um vocal junto para ficar mais pop. Só que estaria perdendo o que tem de mais importante, que é aquele momento que a melodia te toca e faz você ficar feliz. O vocal já tem a música inteira. Consegui ser bem fiel à melodia do Depeche Mode e acho que essa mudança iria fazer toda diferença no resultado da música."
O lançamento da música veio acompanhado de um vídeo com a letra da música. Entretanto, Alok e Ellie Goulding planejam lançar um clipe para o single, que pode ser gravado no Brasil. "A gente está marcando de gravar o clipe no Brasil. Estava na Assembleia Geral da ONU e ela também estava nos Estados Unidos gravando um programa de televisão, a gente se encontrou e trocou essa ideia", revela.
Sobre a própria identidade musical, Alok diz que passou por muitas mudanças desde que começou na carreira musical. Ele conta que já mudou muito de estilo dentro da própria música eletrônica e que no começo, por exemplo, "achava muito cafona DJ que subia no colo e falava no microfone", algo que faz hoje em dia. "Quando me libertei desses julgamento, me libertei dessa prisão. Foi um momento muito importante, foi libertador para a minha criatividade", reflete.
Hoje, Alok se define como "espírito livre" e não se diz preso a nenhum estilo de música eletrônica específico. Ele também conta que se adapta aos diferentes públicos e ocasiões, pois no exterior costuma se apresentar principalmente para fãs de eletrônico e aqui frequenta mais eventos pop, com um público abrangente e que ouvirá artistas de diversas vertentes na mesma noite. Por isso, muda o repertório de acordo com o local onde toca.
Na verdade, o DJ diz que é um desafio para ele conquistar o público brasileiro. Como boa parte das músicas que produz são em inglês, a maioria dos ouvintes dele são internacionais. Alok conta que apenas 15% das pessoas que o ouvem são brasileiras, mas mesmo assim ele considera importante marcar o espaço dele no mercado fonográfico nacional. Para fazer isso, recorre a parcerias com artistas locais.
Fonte(s): R7
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